Transparência, leveza e superfícies planas. Essas são as principais características do edifício do Museu Bauhaus em Dessau, inaugurado na última semana, em celebração ao centenário da fundação Bauhaus. Pela primeira vez, a coleção exclusiva da Fundação Bauhaus Dessau será exibida de forma abrangente.
O Museu está localizado em um parque no centro da cidade, e estava sendo construído desde 2016, a partir do concurso internacional de arquitetura realizado no ano anterior. O projeto vencedor é de autoria de Roberto Gonzáles, Anne Hinz, Cecilia Rodrigues, Arnau Sastre e José Zabala, da Addenda Architects, um novo escritório de arquitetura de Barcelona, fundado em 2015. A proposta foi selecionada entre as 831 enviadas para o concurso.
Trata-se de um edifício dentro de um edifício, que compreende um bloco de aço em um envelope de vidro, totalizando 3,5 mil metros quadrados de área construída. O térreo transparente, o hall de entrada do museu, serve como uma plataforma aberta para permitir exposições temporárias de obras e eventos contemporâneos de diferentes formatos.
No piso superior, uma hermética ‘Caixa Preta’ permite a apresentação da coleção da Fundação Bauhaus Dessau. A coleção compreende cerca de 49 mil obras catalogadas e é a segunda maior coleção mundial sobre o tema da Bauhaus.
Versuchsstätte Bauhaus
O Museu estreia com a exposição Versuchsstätte Bauhaus (‘banco de ensaio’ Bauhaus, em tradução livre), que apresenta em torno de 1 mil peças que contam a história da famosa escola de Dessau. Descreve a Bauhaus como um lugar vibrante, onde as pessoas ensinavam e aprendiam, realizavam experimentos artísticos e trabalhavam em protótipos industriais.
Por esse motivo, a exposição concentra-se na escola e nos alunos, na realidade diária do aprendizado e do ensino entre os polos do “design criativo e produção de protótipos industriais, experimentos artísticos e pressão econômica, instituição educacional e aspiração emancipatória”.
As seções temáticas individuais concentram-se no conceito de ensino e nas instruções fornecidas, na Bauhaus como um “campo de testes” versátil, como um parceiro que cooperou com a indústria e como um comunicador movimentado e imaginativo.
Com curadoria de Regina Bittner, Dorothée Brill e Wolfgang Thöner, a exposição segue em cartaz até o dia 31 de outubro. A cenografia é assinada pelo Studio Chezweitz, de Berlim, representa as transformações dos modos de exibição, permitindo uma experiência espacial interessante. Versuchsstätte Bauhaus destaca os muitos conflitos envolvidos na luta para garantir que a arte e o design ganhem relevância social.
Fotos Thomas Meyer / Ostkreuz / Divulgação Bauhauss Dessau