Sala de estar, de cinema, de leitura e de música. O living desta residência, localizada em um bairro nobre no alto de um morro em Taquara (RS), foi planejado como o centro de convívio da família – um casal com dois filhos – permitindo diferentes atividades. O espaço convida, também, à contemplação, em função das amplas aberturas que o interligam ao terraço anexo, garantindo privilegiado visual da cidade.
As aberturas, aliás, representaram um desafio a ser enfrentado no projeto de Arquitetura de Interiores do living, de 75 metros quadrados, desenvolvido e executado pela arquiteta e urbanista Ana Lore Miranda. “Os ambientes têm muitas portas e dificulta termos que assumir, muitas vezes, estar de costas ou de lado para estas aberturas”, reforça. No planejamento, a profissional assumiu a circulação dos usuários na área central do espaço para evitar a criação de um corredor atrás do sofá, por exemplo, o qual consideraria “espaço perdido”. “E isso fez com que a sala fosse uma sala mesmo, e não um cinema, somente”, pondera.
O ambiente de música foi um dos pedidos especiais da família. “Mãe e filha tocam piano. Outros membros da família tocam violão. Era um pedido importante ambientar a sala com este espaço de música”, explica Ana Lore. O espaço recebeu espelhos recortados e facetados em duas paredes. “As luminárias pendentes são decorativas e dão um toque de luz especial, conforme o cenário que se deseja”, afirma a arquiteta, pós-graduada em Iluminação. O projeto luminotécnico foi estudado de forma que a sala ficasse iluminada adequadamente, conforme as atividades realizadas. O rebaixo do forro, em gesso, facilitou a distribuição dos pontos de luz.
Conforto como prioridade
O conforto foi uma prioridade no projeto de toda a residência, inclusive no terraço, de 134 metros quadrados de área, externa, que também recebeu uma lareira para permitir o uso inclusive nos meses mais frios do ano. Para os espaços internos, Ana Lore elegeu madeira natural para o revestimento do piso. “Andar descalço na sala tem um toque especial, transforma-se em uma experiência que fica gravada na memória, assim como o cheiro de madeira maciça”, pontua. O tapete escolhido, considerando trama e cor, seguiu o mesmo critério de proporcionar sensação de aconchego. “As cores neutras possibilitaram inserir poltronas azuis e abajur de pedestal com pantalha vermelha. São cores que ‘mexem’ com a gente – nada de nude ou bege”, justifica.
Ana Lore assumiu o projeto na fase final das obras da casa. “Avaliei todo o projeto antes e organizei o layout de cada ambiente de acordo com a infraestrutura existente e disponível para o mobiliário a ser detalhado e especificado. Distribuição de móveis, design de móveis, cores, revestimentos, forro rebaixado – tudo isso foi pensando em tempo hábil”, explica. No total, foram seis meses de trabalho – um desafio! “Seis meses é muito pouco tempo para ambientar, iluminar e ‘vestir’ uma casa inteira. Foi um corre-corre, uma mostra de arquitetura particular. Cumpri o prazo, cliente feliz, final feliz”, comemora a arquiteta.
Principais fornecedores destacados pela profissional:
Schein Esquadrias de PVC e Madeira, Lucendi Iluminação, Victor Hugo (quadros), Balbueno Tapetes e Clléa Objetos Decorativos.
Fotos: Eduardo Liotti | Divulgação